Ele começou vendendo sucos na praia e agora fatura com kombucha
Quando o paulistano Raphael Hennies, 26 anos, começou a trabalhar como estagiário em uma multinacional, ele tinha que almoçar todos os dias fora de casa. Mas acostumado com uma alimentação saudável e, sem conseguir encontrar isso na rua, o empreendedor começou a levar marmitas para o trabalho.
Para acompanhar a refeição, ele levava também sucos naturais.
Seus colegas ficavam interessados pelo produto e começaram a fazer encomendas. Aquela foi a "semente" para o que é hoje a Puro Verde, uma empresa de bebidas feitas com kombucha. Todas elas são veganas, probióticas e sem lactose, glúten, sódio e conservantes.
Hennies cursava administração de empresas quando começou a estagiar, em 2010. Até aquele momento, o empreendedor almoçava quase sempre em casa, onde sua alimentação era provida por seus pais. "Minha mãe e irmã são vegetarianas e isso me levava a comer de forma mais saudável", diz.
Por isso, ter de comer em restaurantes de rua todos os dias não o agradava. Então, ele começar a levar as marmitas e sucos para o trabalho. As bebidas eram os sucos verdes misturados a diferentes receitas e ingredientes, todos naturais e feitos em casa.
Apesar do interesse dos colegas nas bebidas, ele não as vendeu. "Eu era muito tímido", diz Hennies. Conforme o tempo foi passando, ele foi se cansando da vida corporativa. Eventualmente, demitiu-se.
Em janeiro de 2013, o empreendedor foi para sua casa em São Paulo, produziu diversas garrafas de suco e foi para a praia de Camburi, em São Sebastião, vender o produto. O resultado foi tão positivo que ele tornou isso um negócio. “Eu estudava durante a semana, na sexta-feira produzia os sucos e vendia na praia no final de semana”, diz Hennies.
O empreendedor abriu a Puro Verde com o propósito de vender bebidas “de verdade”. Entretanto, com sua experiência no mercado, ele percebeu que os sucos eram um produto com baixo valor agregado. Assim, Hennies foi conhecer melhor o mercado internacional e pesquisar maneiras de aumentar a tecnologia de seus sucos.
Foi então que ele conheceu os alimentos probióticos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os probióticos são “organismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, trazem benefícios à saúde do hospedeiro”. Hennies gostou da ideia de trabalhar com esse produto e decidiu fazer cursos ligados à área.
Dentre as bebidas probióticas, Hennies decidiu trabalhar com o kombucha. Em seis meses, o produto era responsável por 90% da sua receita. Por isso, o empreendedor largou a operação de sucos e se dedicou à kombucha. A Puro Verde oferece kombuchas nos sabores gengibre, maracujá, mirtilo e uva. Cada garrafa custa em média R$ 15,90.
A produção é toda feita internamente, sendo apenas os insumos adquiridos de outros lugares. Desde o início da empresa, eles priorizam produtores orgânicos e fazem parcerias com eles. Além disso, a distribuição é feita pela Puro Verde.
Inclusive, o empreendedor afirma que a maior dificuldade é a logística, já que as bebidas precisam ser transportadas em cadeia refrigerada. “Poucas transportadoras têm esse serviço, o que limita nossa operação e aumenta o preço das bebidas”, diz Hennies.
Com um foco grande em inovação, o próximo passo da Puro Verde é desenvolver uma nova marca: a High Kombucha, com álcool em sua composição.