Adoçantes artificiais podem causar prejuízo para o intestino?

Adoçantes artificiais podem causar prejuízo para o intestino?

Todos já sabemos que comer muito açúcar não é uma boa ideia e que a longo prazo junto com o excesso de peso outros problemas vêm à tona como: inflamação crônica, diabetes tipo 2 e obesidade.  Sendo então você um consumidor inteligente, preocupado com a saúde física, sai em busca opções de alimentação saudável que pode ser utilizado para substituir o sabor doce, lendo rótulos e acaba se deparando com os produtos atrativos zero calorias ou sem açúcar, mas riquíssimos em poder adoçante. Mas será que esses substitutos do açúcar são realmente a melhor opção? Nos últimos anos, o uso dos adoçantes artificiais tem causado controvérsia, começou-se a questionar se são tão seguros e saudáveis ​​quanto os cientistas pensavam. Um de seus possíveis problemas é que eles podem atrapalhar o equilíbrio de bactérias benéficas em seu intestino.

De acordo com estudos publicados no BMJ, entidade médica de quase 200 anos e a Creative Proteomics, companhia de estudos de doenças raras, a literatura recente descobriu que os adoçantes artificiais podem afetar negativamente o microbioma intestinal. Seu microbioma intestinal é a coleção de bactérias e outros organismos microscópicos que vivem no intestino. Eles são uma parte natural do seu ambiente intestinal que ajudam seu intestino a funcionar corretamente, o que é um elemento crítico de sua saúde geral. Mesmo como, segundo o Centro Nacional de Estudos Biomédicos do Estados Unidos, o uso de adoçantes para saúde é controverso.

Primeiramente, quem são esses adoçantes?

Adoçantes é uma mistura de produtos sintéticos ou extratos naturais de plantas, mas até então considerados seguros para uso em alimentos para torná-los mais doces sem adicionar muitas calorias extras. Você os encontra na maioria das vezes na seção em alimentos rotulados como "zero" ou "baixa caloria". Eles moram nas prateleiras dos supermercados geralmente colocados como produtos saudáveis. Tipos de adoçantes: aspartame, sacarina, sucralose, acessulfame de potássio, ciclamato, neotame, xylitol, eritritol entre outros. 

Todos esses adoçantes diferem quanto: à intensidade da “doçura”, a quantas calorias adicionam aos alimentos e do sabor residual que podem acrescentar. Frequentemente, mais de um adoçante está em um alimento ou produto e é necessário para dar o sabor e a sensação exata que o fabricante deseja.

Como Adocantes aritciais e bactérias intestinais afetam a saúde?

O nosso microbioma está envolvido em muitos processos e sistemas no nosso organismo. Estudos demonstraram que o microbioma intestinal pode afetar seu comportamento, imunidade, apetite e nível de energia.

Analisando os estudos mais recentes, foi visto que os adoçantes parecem interferir no equilíbrio da flora intestinal de forma negativa e como já existe uma associação entre a saúde do microbioma e o desenvolvimento de síndrome metabólica ou diabetes que, os adoçantes poderiam contribuir para o agravamento dessas doenças crônicas.

Além disso, o conteúdo de nosso nosso microbioma muda de acordo com os alimentos ou medicamentos que usamos, além de outros hábitos. Praticamene tudo no seu ambiente pode alterar e contribuir para a formação do nosso microbioma. 

Em 2018, um estudo veio colocar em xeque a segurança no uso desses adoçantes. Esse estudo realizado em ratos por pesquisadores de Israel e Cingapura, usou bactérias E. coli modificadas (um tipo de bactéria comum em nosso intestino) para detectar toxicidade. Quando as bactérias foram expostas a seis adoçantes artificiais comuns (aspartame, sucralose, sacarina, neotame, advantame e acessulfame), as bactérias liberaram toxinas mudando nossa flora intestinal aumentando o número de bactérias maléfica ao nosso organismo, mesmo quando expostas a quantidades baixas de adoçantes.

Quando o estudo apareceu pela primeira vez, muitos veículos de comunicação correram para informar que os adoçantes artificiais eram "tóxicos para a saúde intestinal". Mas será mesmo esse o veredito final? 

Outros estudos analisando adoçantes artificiais e o microbioma surgiram. Por exemplo, um estudo de 2015 analisou ratos que foram alimentados com dietas ricas em gordura em comparação com aqueles que foram alimentados com uma dieta rica em gorduras e com aspartame. E eles encontraram uma mudança nos dois microbiomas. Mas, nos ratos com aspartame, o resultado foi mais dramático. Portanto, parece que o aspartame é uma subtância que afeta microbioma. Então, o que podemos afirmar é que, o que você come muda seu microbioma positivamente ou negativamente. 

Existem outros estudos discordando que os adoçantes pode estar relacionado negativamente a preservação da sua saúde. Uma revisão recente concluiu que, embora os adoçantes afetem o microbioma intestinal então secundariamente nossa saúde poderia ser afetada em diversos parâmetros, porém nenhuma evidência de um efeito direto adverso na saúde humana foi comprovada.

 

USAR COM MODERAÇÃO

O que pode ser feito? Devemos manter nossa saúde intestinal em dia.

Como? Sabemos que o microbioma interage com o hospedeiro humano então é importante uma dieta muito rica em vegetais, fibras, frutas e probióticos (kombucha, kefir e outros alimentos fermentados) além de adotar um estilo de vida saudável. Isso ajuda a promover uma flora intestinal diversificada e equilibrada.

E se você é realmente apaixonado por doces, então está em um dilema entre comer algo com muito açúcar ou com adoçantes artificiais. Sinceramente, eles devem ser evitados.

 

Nutricionista Lívia Garcia

Otimizado e revisado por agência MAG Comunicação

 

Referencias 

  1. Valdes Ana M, Walter Jens, Segal Eran, Spector Tim D. Role of the gut microbiota in nutrition and health BMJ 2018; https://www.bmj.com/content/361/bmj.k2179 
  2. Suez J et al. Artificial sweeteners induce glucose intolerance by altering the gut microbiota. Nature. 2014;514:181-6. https://gutfloraomics.creative-proteomics.com/targeted-monitoring-of-gut-microbiota.htm?gclid=EAIaIQobChMIgvKH3eDM6gIVDA2RCh032QZKEAAYASAAEgI_QPD_BwE
  3. Chi, L.; Bian, X.; Gao, B.; Tu, P.; Lai, Y.; Ru, H.; Lu, K. Effects of the Artificial Sweetener Neotame on the Gut Microbiome and Fecal Metabolites in Mice. Molecules 2018, 23, 367.
  4. Swithers SE. Artificial sweeteners produce the counterintuitive effect of inducing metabolic derangements. Trends Endocrinol Metab. 2013;24(9):431-441. https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1043276013000878
  5. Fagherazzi G, Gusto G, Affret A, et al. Chronic Consumption of Artificial Sweetener in Packets or Tablets and Type 2 Diabetes Risk: Evidence from the E3N-European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition Study. Ann Nutr Metab. 2017;70(1):51-58. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28214853/
  6. Imamura F, O'Connor L, Ye Z, et al. Consumption of sugar sweetened beverages, artificially sweetened beverages, and fruit juice and incidence of type 2 diabetes: systematic review, meta-analysis, and estimation of population attributable fraction. BMJ. 2015;351:h3576. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26199070/

 

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